sexta-feira, 31 de julho de 2009

Me encontro na última fase do curso de Design de Produto do Instituto Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina (IF-SC e ex Cefet e ETF-SC) onde devo desenvolver meu TCC, o qual trata do desenvolvimento de uma linha de produtos infantis. Buscando referencial teórico que subsidie o projeto (jogos, brinquedos, crianças, emoção, educação..), encontrei um material bastante interessante que vou compartilhar; é do livro do Bruno Munari "Das coisas nascem coisas".

Bruno Munari, em seu livro “Das coisas nascem coisas” (1981, p.234), evidencia a importância de se planejar com cautela jogos e brinquedos para crianças, uma vez que na infância as lições vividas e aprendidas são memorizadas para sempre. Logo, deve-se aproveitar tal oportunidade para desenvolver produtos que estimulem a criatividade, porque é com base nela que o indivíduo buscará resolver os seus problemas.

A memorização de dados corretos, no momento adequado, ajuda a viver melhor, fornece as informações úteis no momento justo. Um indivíduo criativo é um indivíduo completo, que não tem a necessidade de estar sempre recorrendo a peritos para resolver seus problemas.

(MUNARI, 1981, p. 240)

Por mais que um produto não tenha caráter educativo, como jogos e brinquedos didáticos, Munari ressalta a responsabilidade do designer na hora de desenvolver seus projetos, pois o produto terá grande influência na vida das crianças, podendo essa ser positiva ou negativa. (1981, p.234)

Desenvolver produtos infantis mostra-se, portanto, um pouco mais complexo do que se assemelha, pelo fato de que não há como desprezar as possíveis conseqüências que o objeto pode trazer, requerendo mais atenção no desenvolvimento do produto quanto às conseqüências do seu uso e à experiência vivenciada por ele, além de cumprir com outros critérios, como: ser fácil de entender e usar, ser divertido (suas: forma, cores ou uso), não apresentar toxidade ou riscos para o usuário e permitir que os próprios adultos sejam capazes de entendê-lo (senão podem se sentir inferiorizados e desmerecer o produto, até mesmo afastando-o da criança). (MUNARI, 1981, p.)

Dessa forma, é relevante observar tais critérios e aplicá-los ao projeto, por mais que o futuro produto não tenha como maior objetivo educar a criança.


quarta-feira, 29 de julho de 2009

Coração-Curaçao

É claro que estive poucos dias por lá e não pude conhecer todos os cantos do local, mas tudo o que vi se confirmava nas palavras dos habitantes: aqui temos ajuda do governo, as escolas são boas - as crianças aprendem inglês, holandês, espanhol -, não se vê grandes luxos nem pobreza, e sim um equilíbrio, povo simpático e sempre pronto para ajudar.
É essa a impressão que ficou pra mim de Curaçao, nome digno de um lugar com bons sentimentos. Muito a ensinar a pessoas sem coração, é a querida ilha holandesa que me dava vontade de aprender mais e mais das coisas que sempre ouvimos falar mas raramente vemos em prática.
Tudo o que eu queria era um lugar organizado, de pessoas boas, bonito, com praias e boas condições para se viver. Quem sabe..

(L)

terça-feira, 28 de julho de 2009

Encerrando Ciclos

Encerrar ciclos não é simples. Às vezes nem percebemos que estão sendo encerrados ou que é hora de nós concluirmos uma fase. Esse texto de Fernando Pessoa é muito bom. Enjoy!


ENCERRANDO CICLOS (FERNANDO PESSOA)

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistimos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos - o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que se tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto, às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.

Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.

Deixe de ser quem era e se transforme em quem você É. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..

E lembra-te: Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão

retomando

Depois de bastante tempo, mas não porque desisti, por esse tempo que, na verdade, não era bastante e sim pouco, agora em fim de férias, consegui retomar meu blog!
Adoro concluir coisas e não gosto de deixá-las inacabadas. Essas férias valeram mesmo para conseguir pôr tudo em dia, coisas da vida, necessárias. Não ache que só o trabalho tem coisas necessárias. Se você não dedicar um pouquinho do seu tempo a si mesmo, uma hora vai ver que desperdiçou muito tempo em outras coisas e que lhe faltou a preocupação consigo mesmo, o fazer "nada", descansar, pensar no que se gosta e manter, pensar no que não se gosta e deixar para trás. Sempre é ora.